Fiquei a olhar a mamadeira, atrás da madeira, para ver se alguém removeria ela do seu esconderijo, estava eu, sentado na cadeira de praia, com o guarda-sol plantado ao meu lado.
O sol das 16h, raiava entre as nuvens, como se essas últimas não existissem. Preocupado com os raios solares que me banhavam, e com a distração momentânea que tinha pela mamadeira, entrei em pensamento em um mundo distante, onde, de vez em quando, olhava para o relógio pensando o que eu estaria fazendo, naquele momento, se estivesse no trabalho.
O fim de semana prolongado que passava em Cidreira, que estenderia por uma semana, seria para pôr minhas idéias em ordem. Minha depressão pela vida rangia na minha memória, como uma porta de dobradiças enferrujadas.
Estar sozinho, sim, eu não saberia explicar a mim mesmo se seria a melhor alternativa, mas acompanhado, poderia distrair-me por pouco tempo, e na volta à vida normal, o cotidiano me prenderia novamente com as algemas da lamúria, e minha busca pela paz interior, na beira do mar, de nada serviria.
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