Estação São Leopoldo - Parte 4
Barulhos de sirene começavam a serem ouvidas, ainda longe, mas aproximando-se, mais, cada vez mais, ela percebia no outro lado da ligação, ele olhava pelo retrovisor do carro.
O som aumentava, as mãos dele começavam a transpirar, como se a chorar, querendo desligar o telefone, querendo que ela sentisse, querendo escorregar do volante. Para ela, o silêncio a entristecia, as lágrimas desciam, lágrimas de agonia, de ansiedade.
Foi ela quem quebrou o silêncio da ligação, mas foi as sirenes, ao lado do marido que quebraram a sua relação, e para sempre.
- Preciso dizer-te uma coisa... - ela tentou iniciar um assunto, mas...
- Preciso desligar! - ele encerrou.
As sirenes zuniram ao lado do seu carro. O certo naquela situação era estar à frente da situação, atravessar seu carro na rua, em um local pouco movimentado. Deveria afastar toda e qualquer pessoa ao redor. Mas a ligação, acompanhada do orgulho, fez com que se atrasasse.
Pegou a sirene e jogou sobre o teto do carro, ela calou-se instantaneamente, e ligada anunciava mais uma viatura policial atrás dos assaltantes.
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