domingo, 18 de abril de 2010

Contos rápidos das Quatro Estações: "Estação Outono".

Estação Outono - Parte 2

A tristeza era grande. Naquele momento o homem era um espelho para o anjo, que com toda a sua sabedoria, começou a envolver-se com sua mente, seu passado.
Já não era tempo, ele, o anjo, queria muito ajudar, auxiliar aqueles que estão à beira do precipício, prontos para dar o próximo passo incerto, em suas indecisões descaracterizadas.

Nesse momento um filme passou em frente aos seus olhos, lembrou-se do dia em que desencarnara, a última estrofe da canção.

O anjo caminhou alguns passos, em direção ao homem triste, aurea cinza, e viu que aquela situção se agigantava aos seus olhos, como quando nos aproximamos de nosso rosto refletido no espelho. O anjo chegou perto, bem perto, sentia que já até podia tocá-lo, mas algo estranho lhe chamou a atenção, ele não pôde negar, o homem era a sua face, olhando bem de perto, não havia nada em seu rosto que não fosse igual, era ele mesmo. "Como pode ser isso?" se perguntava. Então quis chegar mais perto, afinal, podia fazer isso mesmo, ele era um anjo, estava em um mundo, "vestido" em outro mundo, não podia ser visto e, quando aproximou-se do homem, rosto a rosto, o seu "protegido" se afastou, como num susto.

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