terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Contos rápidos das Quatro Estações: "Uma mamadeira atrás de uma madeira".


Verão - Parte 4

Era domingo, terceiro dia do ano. Havia passado a última noite, após a insolação, atirado sobre a cama, sem me mexer.

Por volta de nove horas, girei lentamente a cabeça para o lado, o pescoço reclamou, eu não podia fazer nada, meu corpo reclamava também. Percebi, olhando pela janela, que caía uma fina chuva, o barulho do mar e da chuva me hipnotizaram e, em instantes, entrei em sono profundo.

Acordei novamente, por volta de duas horas da tarde, foi o horário que avistei no relógio de parede à minha frente... Fiquei paralisado por alguns instantes, acompanhando o ponteiro dos segundos se movimentando e pensando "Como eu nunca havia reparado naquele relógio de parede?" Tentei levantar, mas meus pulsos e tornozelos estavam amarrados, tentei olhar à minha volta e foi então que percebi que não estava mais no mesmo lugar.

Confuso, fechei os olhos, ainda sem saber ao certo o que fazer. Rapidamente entrei em um sonho que me levou às areias de Cidreira, estava eu ao lado da madeira solitária, desta vez sem a companhia da mamadeira, olhei para os lados, minhas vistas estavam embaçadas, o horizonte estava irreconhecível e abandonado.

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