terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Contos rápidos das Quatro Estações: "Estação São Leopoldo".


Estação São Leopoldo - Parte 1

Um policial militar sai do almoço, em uma tarde fria e pacata. Parece mentira, mas não é nada, literalmente.

Pensa no vaso quebrado na noite passada. Sua mulher não falava com ele, pois as flores de plástico “que não morrem” - e ele tentava explicar que vinha no sentido daquela música - não foram recebidas de bom grado por ela, sua mulher.

Tinha um nome comum e um cachorro comum, que não latia, mas mordia as visitas.

Lembrou do cachorro e sorriu, lembrou da mulher e sorriu também, e pensou: “Ela tinha razão”.

Olhou com o canto do olho sua arma pendurada na cintura, para ter mais certeza tocou ela para senti-la, e sentir-se seguro para poder fornecer segurança.

Sentia orgulho, mesmo sabendo que essa palavra não era uma boa palavra, pois expressava um sentimento ruim. Então resolveu que deveria dizer que sentia-se feliz e satisfeito consigo, pois era honesto.

No dia anterior, o mesmo em que quebrou o vaso e deu flores de plástico - com a simples intenção de agradar e enfeitar a vida da esposa -, ele recebeu uma oferta não muito correta, pra não dizer outra palavra. Prendeu o delinqüente e foi visto com bons olhos por seus comandantes.

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