segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Contos de Café - N2/4= A XÍCARA SEM CAFÉ

Estava eu, certa feita, observando o céu, e me deparei com a lua. Fiquei a olhá-la, no céu, nua, e me perguntei se ela podia me ver.

De vez em quando o dia te deixa tão confuso, que criamos confusão com a gente mesmo. Criamos perguntas que não sabemos responder, e não respondemos. Olhamos a lua, pensando no poema daquele escritor, que o nome não sabemos, nem o poema. Tentamos nos enganar, parecendo ser sábios, sem nunca o ser, e trememos as pernas quando somos interrogados, sobre o que achamos saber.

Naquela mesma noite, voltei pra casa, distraído. Sentei-me em frente à TV e não a liguei, nem mesmo liguei para o fato de estar sozinho e não amar ninguém. Fiquei a me olhar, no espelho que ela forma, a minha forma cansada, abandonada por mim mesmo, por não entender que naquele momento, algo tão perfeito estava para acontecer.
À minha frente a TV, no meu lado direito uma xícara de café, sem café.

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